quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O q é Fluminense...


Galera Tricolor, segue abaixo um texto muito bonito retirado do Pavilhão Tricolor:

"Audrey Hepburn uma vez disse... Mas, peraí, por que estou citando Audrey Hepburn? O que ela pode ter a ver com o assunto? Calma, para quem não se lembra, Audrey, além de dona do rosto mais perfeito que o cinema já viu, era aquela elegantérrima atriz de traços pequeninos e delicados que surgiu para o cinema em uma época em que tipos como o dela não davam lá muito ibope.


Era a época de musas curvilíneas, roliças e peitudonas, de cintura fina de pin-up e uma beleza estilo perua como a de Elizabeth Taylor, ou de (falsas) louras fatais como Marylin e Jane Mansfield.


E Audrey, magrinha e sutil, com seu rosto perfeito e suave, sua beleza discreta e seus sapatos sem salto, foi acusada de não ter sex appeal. Certa vez, um produtor disse que ela não era uma mulher que os homens quereriam levar para a cama. Ao que ela respondeu: Eu não sou a mulher que os homens querem levar para a cama. Sou a mulher por quem os homens se apaixonam.


O Fluminense também é assim. O Fluminense não é a louraça gostosona. Não é a peituda belzebu. Não é o mulherão que atrai de cara todos os olhares. Não.


O Fluminense exige mais. O Fluminense é sutil. É refinado. É mais difícil. Não foi mesmo feito para multidões, não, ele é mais selecionado. Ele exige apuro no paladar.


Paciência. Alguma maturidade. Discrição. Não tem vontade de aparecer, de ser sempre o centro das atenções. Não é megalômano. Não é dionisíaco.


Tem o seu discreto charme. Sabe o valor do verdadeiro refinamento, aquele que se revela nos detalhes, na constância, na simplicidade.


O Fluminense é a mulher mais linda da festa, mas que não faz questão de chamar atenção para sua beleza o tempo todo.


É a mulher que se senta quieta em sua mesa, enquanto as outras vão disputar o centro da pista. O Fluminense é aquele homem que ganha a moça na conversa, devagar, aos poucos, falando baixo.


É aquele livro que não está na lista dos mais vendidos, mas que se chega às suas mãos, transforma sua vida. É aquele filme independente, que não vai estourar nas bilheterias, mas com um conteúdo inesquecível. Não é micareta, é um diálogo. Não é bombação, é intimidade. Não é o point, é selecionado. Não é jamais histérico. É sempre sutil.


Não é nada, nada fácil ser Fluminense. Exige segurança o suficiente para nadar contra a corrente. Não ser Maria vai com as outras. Não se deixar levar pelo oba-oba da maioria.


É saber, às vezes, sustentar sozinho uma conversa em mesa de bar. É ter a certeza de que quantidade e qualidade podem ser diametralmente opostos. É saber que jamais, jamais, em tempo algum, se contará com qualquer apoio da mídia e das organizações oficiais.


É saber que a luta que se luta só é mais difícil, mas tem mais valor. É ter consciência de caminhar solitário, mas jamais abandonar seu caminho. É desafinar o coro dos contentes. É nadar contra a corrente. E, acima de tudo, ter fé no amor.


Sim, fé no amor, mas não esse amor de multidão, esse amor comum, esse amor de bêbado, de beira de calçada, de fim de noite. Não. Isso, para nós, é pouco. Amor, para nós, é eterno, é absoluto, independente de qualquer circunstância.


Nossa historia, que se confunde com a própria historia do futebol brasileiro, essa historia de imensas glórias, de imortais craques, de eternos ídolos e incontáveis conquistas, sofreu sérios arranhões na década de 90, a partir de quando nos tornamos a Geni do futebol brasileiro. Joga pedra no Fluminense. Joga bosta no Fluminense. Ele é feito para apanhar, ele é bom de cuspir.


Mas, mesmo solitários, nós não desistimos. Pois nos sabemos destinados à grandeza, mesmo na derrota. Sabemos que somos únicos, mesmo quando desacreditados. E sabemos que nosso amor é insuperável e inigualável.


O Fluminense pode não ser o amado pelo maior número de pessoas, mas certamente recebe o maior amor do mundo daqueles que o amam. Um amor que superou uma década negra como nenhum outro grande clube brasileiro jamais viveu. Um amor que provou errados todos aqueles que diziam que estávamos acabados. Que o fim havia chegado.


Coitados...


Não previam a nossa capacidade de doação, a grandeza e a profundidade do nosso sentimento. Um sentimento tão absoluto que provou ser o clube uma Fênix infinita, que renasce muitas e muitas vezes.


Dane-se a mídia, danem-se as multidões. Dane-se a histeria coletiva. Nós não precisamos deles. Acabamos de dar mais uma prova de nossa grandeza, de nossa criatividade, de nossa originalidade, de nossa devoção. Todas as dificuldades que encontramos só nos engrandecem.


Não, não somos para todos. Não, não somos a opção mais fácil. Em torno de nós, não há jamais oba-oba, histeria, rasgação de seda. Sim, somos um espetáculo de público mais selecionado. Sim, nossa sutil grandeza pode não ser percebida. Por isso mesmo, somos como aquela moça citada lá em cima. Não somos o tesão da galera. Não somos a mais gostosa da VIP. Somos muito mais do que isso.


Somos puro, verdadeiro, constante, pacifico, sólido, maduro e absoluto amor."


Este texto foi originalmente publicado no blog www.primocruzado.blogspot.com.


2 comentários:

Nico disse...

Lindo texto!

Alan ♪ disse...

http://jovem-tribunaesportes.blogspot.com/ divulgando ;)